sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A SÚMULA DA INDIGNAÇÃO

Atualmente, tenho me surpreendido com os acontecimentos, quando olho para nosso cenário social. Na política, a cada dia mais, escândalos são explicitados de maneiras cada vez mais ousadas, mas, mais profundamente indignante, cada vez mais desrespeitosas. Os resultados dos últimos 30 anos dos novos gestores políticos e das novas gerações estão sendo refletidas agora. Provas? Bom, até os animais estão cientes disto! Tal fato se consagra diante do histórico julgamento na suprema corte do país, o famoso e polêmico 'mensalão'. Duas coisas estão ainda, atreladas a isto: (1) a Educação e, (2) a qualidade dos nossos Ministros do Judiciário.Na educação, estamos sofrendo com o péssimo nível de ensino, pelo qual o país atravessa. Não há incentivo do governo, de forma alguma. Tal fato levou professores de mais de 60% das universidades do país à greve. A falta de investimento em educação, também quer dizer investimento no corpo docente do país. Ouvimos há tempos, lamentavelmente, o Governador Geraldo Alckmin, dizer à imprensa que, se o professor quiser ganhar bem, que opte por lecionar no ensino do setor privado. Ora, por ser 'tucano' e carregar a má fama de fazer parte do grupo que mais privatizou no país, não é impactante que ele, um tucano, mencione isto. Aliás, é uma forma de 'reforçar' a ideologia do partido tucano, o qual é membro. É lamentável que haja ideologias que deixem a educação jogada às traças, num canto, empoeirando, enferrujando. Isto, mostra claramente, que não estão dando a mínima para a sociedade ter uma progressiva massa de intelectualização iminente no país, mas, mostra que querem deixar esta sociedade, néscia e incauta. Os que se sobressaem, ou parte deles, que, são minoria, são sofredores que atingem algum grau de colocação profissional, qualificado ou não, diplomado ou não, 'vendendo o almoço para comprar o jantar', no linguajar vulgar. Quanto ao judiciário, é lamentável, que as cabeças que proferem as sentenças estejam influenciadas pelas inúmeras popularidades e modismos da pós modernidade, se esquecendo que os valores éticos e morais são os reguladores e guias na atribuição conceitual de suas interpretações, cujas sentenças são determinadas. Tive aflorada, minha indignação, quando ouvi alguns Ministros do STF usarem poemas de contexto erótico e erógenos, que arremetem à sensualidade, para julgarem processos, já que a Lei não foi capaz de 'convencer', nem as partes processuais, nem a cabeça dos sentenciadores, num país onde é, constitucionalmente estabelecido que a nação é regida pela lei, o que caracteriza o Estado Laico. O pior, após este lamentável ocorrido no STF, é ter que nos 'calarmos' diante da clara situação em que, um dos juizes, Ministro do STF, foi indicado pela Presidente da República, foi advogado do partido da Presidente, do ex-presidente antecessor e fez parte da assessoria da Casa Civil, por conta de ter influências com um dos 'grandes' do mesmo partido político. De fato, para ser um juíz a ocupar um cargo de Ministro da Suprema Corte, um dos pré-requisitos mais importantes é ter 'notório saber'. Aí, neste ponto, minha indignação atinge o auge: este juíz, indicado, praticamente pelo partido ao qual advogou, foi reprovado em 2 concursos de nível estadual, o que, demonstra que ele, de forma alguma tem o pré-requisito indispensável, o Notório Saber!!!! Obvio, este ministro selou, com chaves de ferrugem, um voto contra a sociedade brasileira, absolvendo os componentes principais, os réus do mensalão. Na esfera religiosa, minhas crescentes indignação e preocupação são intensas. São notórias várias qualificações, principalmente no meio cristão protestante. Líderes surgindo em cada esquina, com discursos sedutores aos fracos. A hipocrisia sendo cada vez mais evidente e eficaz. Líderes despreparados, desapegados da sã doutrina, que observam o mercantilismo em nome de DEUS, numa concorrência mortal. As vistas grossas das autoridades quanto às graves situações das periferias das grandes cidades. O governo incentivando o consumismo, o povo se endividando, os índices de educação caindo, os de desemprego, amentando, junto com o de inadimplência. Que vida é esta? Quem estamos colocando para nos governar? Ou seria, para nos 'escravizar'? 

Dr. Dermeval Reis Junior
Pesquisador em Medicina
Estudioso em Filosofia/Teologia
e-mail: drj.fcr.epm@hotmail.com