domingo, 21 de abril de 2013

Presidente Figueiredo, o militar da ditadura que acabou com o regime de repressão e abriu as portas à democracia

Pesquisa feita por Dermeval Reis Junior
Estudioso Filosofia /Teologia 
Pesquisador em Medicina

 
“...por um regime político em que a liberdade de todos se expresse e garanta nos direitos e nos deveres de cada um; pelo respeito à lei, como expressão da realidade nacional,  e não como produto de alienações deformadoras...”
General João Baptista de Oliveira Figueiredo, Presidente da República Federativa do Brasil (1979-1985), no discurso da anistia.


João Figueiredo, (General João Baptista de Oliveira Figueiredo), militar, nascido na cidade do Rio de Janeiro, em 15 de janeiro de 1918. Estudou no Colégio Militar de Porto Alegre, na Escola Militar de Realengo (1935-1937), quando recebeu o espadim de Getúlio Vargas por ter sido o primeiro aluno. Integrou os Dragões da Independência, sediado em Brasília-DF. Esteve no III Exército, sediado em Porto Alegre-RS. Foi instrutor de cavalaria na Escola Militar de Realengo (1944). Fez curso na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais - EsAO (1946). Instrutor da cadeira de fortificações da Escola Militar de Resende, mais tarde Academia Militar das Agulhas Negras - AMAN (1947-1948). Retornou a EsAO de 1949-1952, como instrutor de cavalaria. Ingressou na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército - ECEME em 1953, passando a instrutor no ano seguinte. Membro da missão militar brasileira de instrução junto ao Exército paraguaio (1955-1958). Cursou a Escola Superior de Guerra - ESG (1960). Trabalhou no Conselho de Segurança Nacional (1961). Instrutor da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército - ECEME (1961-1964). Durante o governo Jânio Quadros integrou a Secretaria Geral do Conselho de Segurança Nacional. Participou do movimento político-militar que originou o golpe de 1964, tendo sido nomeado chefe da agência do Serviço Nacional de Informações (SNI) no Rio de Janeiro (1964-1966). Foi comandante da Força Pública de São Paulo (1966-1967), do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas - Dragões da Independência (1967-1969) e chefe do estado-maior do III Exército (1969). Chefe do Gabinete Militar do governo Médici (1969-1974), tornou-se ministro-chefe do SNI durante o governo Geisel (1974-1979), sendo promovido a general-de-exército em 1977. Através de eleição indireta, passou a exercer o cargo de presidente da República em 15 de março de 1979. Faleceu no Rio de Janeiro, em 24 de dezembro de 1999.

Período presidencial
O general Figueiredo assumiu a presidência da República reafirmando o projeto de abertura política iniciado no governo anterior. Em agosto de 1979 foi aprovada a Lei de Anistia que, apesar das restrições, beneficiou cidadãos destituídos de seus empregos, presos políticos, parlamentares cassados desde 1964, permitindo a volta de exilados ao país. Foram também anistiados os responsáveis pelos excessos cometidos em nome do governo e da segurança nacional. Em novembro, foi aprovada pelo Congresso Nacional a nova Lei Orgânica dos Partidos que extinguia o bipartidarismo. Com o fim da Arena e do MDB, formaram-se o Partido Democrático Social (PDS), que congregava a maior parte dos ex-arenistas; o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), constituído sobretudo pelos antigos emedebistas; o Partido Popular (PP), fundado pelo senador emedebista Tancredo Neves e dissidentes da antiga Arena; o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), liderado pela ex-deputada Ivete Vargas; o Partido Democrático Trabalhista (PDT), liderado pelo ex-governador gaúcho Leonel Brizola e o Partido dos Trabalhadores (PT), fundado pelo líder sindical Luís Inácio Lula da Silva. Ainda em novembro, foi aprovado o projeto do governo que previa eleições diretas de governadores e extinguia a figura do senador eleito indiretamente.

Em 1980, verificaram-se reações ao processo de abertura do regime, quando grupos de direita foram responsabilizados por atentados a bomba em bancas de jornais que vendiam periódicos de esquerda. Em agosto desse ano, cartas-bombas foram enviadas à Câmara Municipal do Rio de Janeiro e ao presidente da OAB, resultando na mutilação do funcionário José Ribamar, da Câmara, e na morte da secretária Lida Monteiro da Silva, da OAB. Em 1981, ocorreria o caso mais polêmico do governo Figueiredo, quando duas bombas explodiram nas proximidades do Riocentro, no Rio de Janeiro, durante a realização de um show comemorativo do Dia do Trabalho. As únicas vítimas do atentado foram dois militares lotados no CODI do I Exército. O episódio teve ampla repercussão pública e o resultado do inquérito, inocentando os dois militares, seria colocado sob suspeição, e acarretaria uma grave crise no governo.

No que diz respeito à política econômica, registrou-se, durante o governo Figueiredo, o esgotamento do modelo econômico adotado pelos governos militares, agravado pela nova crise do petróleo em 1979 e a elevação dos juros no mercado internacional. Em 1979, o governo congelou as importações de petróleo e criou o Conselho Nacional de Energia. Intensificaram-se, nesse período, as atividades do Proálcool e estenderam-se os contratos de risco com empresas estrangeiras para a prospecção de petróleo a todo o território nacional. Em 1981, o aumento da dívida externa, que girava em torno de 61 bilhões de dólares, associado ao crescimento negativo do PIB e aos altos índices inflacionários geraram o fenômeno denominado pelos economistas como estagflação, ou seja, estagnação das atividades econômicas e produtivas aliada à inflação dos preços.

Em 1982 foi criado o Finsocial, que destinava 0,5% da renda bruta de empresas públicas e privadas a programas considerados pelo governo como prioritários, atribuindo o gerenciamento desses recursos ao BNDE, que passaria a chamar-se Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Paralelamente ao quadro de crise econômica, observou-se, desde 1978, a eclosão de movimentos grevistas de diversas categorias profissionais, destacando-se, em 1980, a paralisação dos metalúrgicos do ABC paulista, mantida por 41 dias, e que resultou em demissões, choques com as tropas da polícia e do Exército, intervenção em sindicatos, e na prisão e enquadramento de líderes sindicais na Lei de Segurança Nacional (LSN).

Em 1981 reuniu-se a primeira Conferência Nacional das Classes Trabalhadoras (Conclat) e dois anos depois foi criada a Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Em relação à política externa, o governo Figueiredo manteve a orientação pragmática adotada por seu antecessor, privilegiando o estabelecimento de relações comerciais com países que propiciassem vantagens ao desenvolvimento nacional. Destacou-se, no período, a reaproximação com a Argentina, e a criação, em 1980, de uma comissão bilateral para analisar futuras ações de interesse para os dois países.

Em novembro de 1982 realizaram-se eleições diretas para o Congresso e os governos estaduais. A oposição obteve maioria na Câmara dos Deputados e o PDS, no Senado e nos governos estaduais.

Em 1983 formou-se uma frente única que reuniu partidos e entidades de oposição numa campanha que tomou o país, reivindicando eleições diretas para a presidência da República, era a campanha das "Diretas já". A emenda constitucional das diretas, de autoria do deputado peemedebista Dante de Oliveira, foi derrotada na Câmara em abril de 1984. Em janeiro de 1985, Tancredo Neves e José Sarney foram eleitos indiretamente pelo Colégio Eleitoral, respectivamente, presidente e vice-presidente da República, derrotando os candidatos governistas Paulo Maluf e Flávio Marcílio.09:55 9/8/2009.

(Fonte deste arquivo, direto do site: http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/ex-presidentes/jb-figueiredo/biografia-periodo-presidencial: Arquivo Nacional - Centro de Informação de Acervos dos Presidentes da República).

 FOI POR MEIO DESTE PRESIDENTE MILITAR, EM PLENA DITADURA, QUE INSTAUROU -SE OS PROCESSOS DEMOCRÁTICOS, OS QUAIS ELE MESMO ERA FAVORÁVEL E POR MEIO DELE, OS EXILADOS COMUNISTAS TIVERAM O HONESTÍSSIMO PRIVILÉGIO DE VOLTAREM PARA SEU PAÍS. UM MILITAR DA DITADURA, COLOCOU FIM AO REGIME DITADOR E REPRESSOR. ISTO É INÉDITO E LOUVÁVEL!!!

sábado, 20 de abril de 2013

A omissão do Jornal Nacional sobre os mortos na Venezuela

Via Pragmatismo Político (pragmatismopolitico.com.br)

Postado em: 19 abr 2013 às 12:40

A grande chance de desmascarar a mídia hegemônica no Brasil: ao esconder o massacre caprilista na Venezuela que está sendo tão divulgado fora do Brasil, Globo e seus tentáculos estão correndo um sério risco

Edu Guimarães, em seu blog
Na noite de quarta-feira (17), o Jornal Nacional começou personalizando as três vítimas fatais do suposto ataque terrorista em Boston, nos Estados Unidos. Deu-lhes nome, história e rostos. A reportagem de cerca de seis minutos gastou mais tempo do que levaria para relatar apenas os fatos.
Lá pelo fim do telejornal, em trinta e sete segundos o âncora Willian Bonner recitou a seguinte nota sobre quase o triplo de mortes que ocorreram no atentado em solo norte-americano:
jornal nacional venezuela
Jornal Nacional evita tratar dos mortos em conflitos na Venezuela porque todos tinham posição política: eram simpatizantes do governo Maduro e alguns deles tombaram por tentarem impedir o vandalismo dos seguidores ensandecidos de Capriles.
O presidente eleito, Nicolás Maduro, não se manifestou. E responsabilizou Capriles pelas oito mortes nos protestos de segunda-feira, depois do resultado da votação.
O Supremo Tribunal de Justiça anunciou nesta quarta-feira (17) que a recontagem manual de votos pedida pela oposição é impossível por causa do sistema eleitoral automatizado”
Nenhum professor de jornalismo, em nenhuma faculdade da face da Terra, diria que o Jornal Nacional apresentou uma reportagem. Tratou-se, mais do que tudo, de uma prova pronta e acabada de parcialidade e de verdadeira vigarice que tentou enganar o espectador e ocultar fatos.
Evidentemente que é mentira que o governo venezuelano tenha mandado de prisão contra Henrique Capriles, apesar de que já chegam a 161 os processos sendo abertos contra 90 pessoas que mataram, depredaram e incendiaram pelas ruas da Venezuela na última segunda-feira.
Mas o que chama mesmo atenção é que os oito mortos venezuelanos não mereceram o mesmo tratamento que os três norte-americanos.
O Jornal Nacional e o resto da “grande” imprensa televisiva, radiofônica e escrita não podem falar muito dos mortos por uma só razão: além de nomes, rostos e parentes chorosos, eles têm posição política – eram todos simpatizantes do governo Maduro e alguns deles tombaram por tentarem impedir o vandalismo dos seguidores ensandecidos de Capriles.
Eis a lista daqueles que as hordas caprilistas assassinaram:
José Luís Ponce Ordoñez – 45 anos, carpinteiro, militante do PSUV, morto com tiro na cabeça
Rosiris del Valle Reyes Rangel – 44 anos, militante do PSUV, morta com tiro nas costas
Ender José Bastardo – 21 anos, militante do PSUV, morto com quatro tiros.
Henry Rangel La Rosa – 32 anos, militante do PSUV, morto a tiros por encapuzados na porta de casa
Johan Antonio Hernández Acosta – Menor de idade, militante do PSUV, morto por caminhão que arremeteu contra multidão que comemorava a vitória de Maduro.
Luis Eduardo García Polanco – 25 anos, militante do PSUV, morto com um tiro no rosto enquanto comemorava a vitória de Maduro em frente à sede do Conselho Nacional Eleitoral no Estado Zulia.
Rey David Sánchez – Menor de idade, militante do PSUV, morto por caminhão que arremeteu contra multidão que comemorava a vitória de Maduro.
Cliver Enrique Guzmán – Ministério Público da Venezuela só divulgou que era militante do PSUV e que foi assassinado em uma manifestação.
A linha do Jornal Nacional de tratar como “prisões políticas” as prisões de 161 pessoas – entre as quais estão os assassinos das pessoas nomeadas acima e outras que depredaram sedes de programas sociais como postos de saúde e mercados populares, bem como tudo que levasse o logotipo do governo – foi seguida por todos os grandes jornais e telejornais.
Entretanto, essa linha é muito frágil. Depende, sobretudo, de despersonalizar as vítimas e de esconder as imagens da depredação. Enfim, de censurar tudo que está correndo o mundo.
Até nos Estados Unidos redes de televisão e jornais estão dando conta do que ocorreu na Venezuela na segunda-feira. Na Europa e por toda a América Latina, os fatos estão sendo expostos. A cobertura no Brasil é uma exceção mundial.
capriles venezuela
Henrique Capriles contesta ‘informalmente’ resultado de eleição na Venezuela, mas não apresenta pedido oficial de recontagem dos votos ao CNE
Todavia, as vítimas fatais, as centenas de feridos e os próprios públicos depredados ou incendiados não irão desaparecer. Pelo contrário, o caso só vai se tornar mais notório. Assim, a grande mídia brasileira está tentando preparar o terreno para qualificar o terror caprilista como invenção do governo venezuelano para esconder uma “fraude eleitoral”.
A tal “grande mídia”, porém, conta com a covardia da banda esquerda do espectro político brasileiro. Acredita que nenhuma figura pública de peso irá se indignar e denunciar a ocultação de fatos que o mundo inteiro conhece e que, no Brasil, estão sendo censurados.
A veiculação dos fatos pela internet pode atingir um contingente importante de formadores de opinião, mas, claro, ainda irá demorar meses para as ondas digitais chegarem a um contingente maior de pessoas, isso se a blogosfera não desistir de romper o cerco censor.
A “grande mídia” brasileira vem tratando assim a responsabilização dos assassinos e vândalos ligados a Capriles também porque este deverá ser processado como autor intelectual dos massacres. Apesar de ser governador do Estado de Miranda.
Como romper o muro de censura que foi levantado no Brasil como em nenhuma outra parte do mundo?
Quantos entendem que se os democratas deste país aceitarem que uma farsa dessa dimensão seja levada a cabo, a porta estará aberta, ano que vem, para fraudes midiáticas muito maiores no âmbito da eleição presidencial?
Alguma autoridade brasileira de peso ou alguma figura pública que não puder ser ignorada precisa denunciar essa farsa. A censura imposta pela Globo e seus tentáculos é uma das maiores ameaças à democracia que já se viu neste país.
Não é possível que não exista alguma autoridade ou figura pública de peso com coragem para desmascarar a “grande mídia”, ainda mais estando ela tão vulnerável a qualquer resquício de verdade que burlar a censura em curso.
Se ninguém criar coragem para denunciar essa vergonha, o Brasil irá se equiparar às ditaduras mais atrasadas e fechadas do planeta, em termos de censura. Que depois, então, ninguém reclame do resultado. A injustiça que se faz a uns é a ameaça que se faz a todos.