sexta-feira, 29 de março de 2013

Divergências antropocêntricas na sociedade de minorias, em que não há bom senso e maturidade, são tratadas como intolerância!

A tudo que se fala quando há contraposição ou discordância, virou razão para denominar intolerância, quando o assunto é raça, opção sexual ou religião. Chegou-se num ponto sobre esta questão antropocêntrica e social - tolerância -  que, logo, quando alguém disser a palavra "não", será sinal de tal!!! Atribuo à falta de um desenvolvimento intelectual, estas interpretações equívocas. Há riscos de se criar uma enorme barreira entre posições divergentes. Dá-se a impressão de que todos têm que concordar em tudo, com todos!!! Isto é absolutamente impossível, porém, em uma democracia, é absolutamente aceitável todas as discordâncias. Então, numa partida de futebol, se de um lado têm um grupo que torce para o time A, certamente, do outro, haverá torcedores do time B. Neste caso, jamais os torcedores do time A irão concordar em torcer para o time B. Reciprocamente, o mesmo do B para o A. Isto é intolerância??? Então, o cidadão que tem religião A não frequenta a religião B, por não gostar, é um intolerante??? Está na hora de haver um crescimento na maturidade das interpretações, afinal, estamos cada vez mais, vendo grupos minoritários, praticantes da intoleracia, lutando contra ela. Da mesma forma, grupos religiosos, que pregam em certo nível, o amor, a paz, a união, confrontando com intolerantes em favor de causas totalmente desprovidas de edificação ou proveito. De um lado, vemos um grupo "exigir" que haja tolerância para consigo, quando, para isto, é preciso ser intolerante para com outro grupo que faz oposição, por alguma razão. Não se faz um tipo de "exigência" no grito. Não se ganha nada no grito. Intolerar é "não aceitar de forma alguma, em condição alguma, o que alguém faz, diz ou é" sem lhe dar uma chance de apenas mostrar sua capacidade e qualidades independente daquilo que faz, diz ou é!!! Portanto, não se pode caracterizar no todo, alguém, só porcausa de sua conduta, palavras ou jeito de ser! Mas, também, ninguém pode ser obrigado a concordar com o que não concorda, quando se atribui, em muitas das vezes, erroneamente, o título de intolerante,  quando há discordâncias!!! Então, é aí que "a coisa tá pegando" e ninguém está enxergando. Falta maturidade na interpretação, no entendimento, na intelectualidade a qual o assunto exige!!! A democracia é também constituída por diferenças e são elas que fazem com que a diversidade exista. O que é incabível é fazer com que a sociedade aceite, ter colocado 'boca abaixo' um conceito de igualdade, quando na verdade há diferença e, naturalmente, impossível que haja equalização destas diferenças. A própria natureza assim não permite. Todos são iguais perante a lei!!! Já está definido! Numa análise mais aprofundada, é possível dizer que há intolerância a partir daqueles que brigam pelo fim dela. Não se aceitam como são!!! É uma 'auto-intolerância'. Atribuir intolerância a dada circunstância não é algo simples, só por discordar. Isto seria, então uma maneira imposta, ditadora de se fazer ser aceita a tal circunstância. A única coisa que deve ser igual numa democracia, é o peso, a medida atribuída a todas as situações, quando há divergências de opiniões. Aí sim, há o equilíbrio sóbrio, justo e, diria, eficaz. Certamente que produziria ótimos resultados para todos os lados com opiniões divergentes. Falta isto, bom senso e maturidade!!!

terça-feira, 26 de março de 2013

Uma simples reflexão sobre "fanatismo e latria'.

Dr. Dermeval Reis Junior 
Estudioso em Teologia/Filosofia
e-mail: drj.fcr.epm@hotmail.com
skype: dermevalreisjunior

Nos últimos tempos, possivelmente a partir do Século XX, tem se intensificado ações que entende-se por fanatismo, em vários setores sociais do cenário mundial. Uns, são fanáticos por futebol, outros, fanáticos por religião, outros, por carros, outros por causas até desprezíveis. O fato é que, este fanatismo, não é só um “apelido” que expresse o quanto alguém gosta do quê. É algo mais intenso, exacerbado e, muitas vezes, talvez, em todas as vezes, muito aprofundado. Eu mesmo, conceituei meu entendimento sobre fanatismo em certa ocasião, da seguinte forma: “Penso que o fanatismo é resultado patológico da falta de isenção e neutralidade racionais, a respeito de uma concepção filosófica, religiosa e/ou ideológica “. Um outro conceito pode ser: “faccionismo partidário; adesão cega a um sistema ou doutrina; dedicação excessiva a alguém ou algo (Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa).Hitler, o fanático mais conhecido de nossa época, foi também o promotor da perseguição mais sangreta já conhecida na história além do ser o maior exaltador do fanatismo e intolerância humana. Em seu livro, “Mein Kampf” , é possível conhecer esta face maligna, onde ele escreve: “o porvir de um movimento depende do fanatismo com que se exaltem seus partidos...e a grandeza de qualquer organização ativa...reside no espírito de 'religioso fanatismo' e 'intolerância' com que se ataca a todas as demais, fanaticamente convencidas” (1924, 124-125). O momento atual mostra que atualmente os relacionamentos sociais estão sendo levados às pequenas esferas fanáticas, onde há sempre algo ou alguém a receber dedicação excessiva. Um bom exemplo, são os conchavos políticos, onde são fanáticos por poderes, cargos de frente, pastas importantes. Outro exemplo, é o fanatismo religioso, entre diversas seitas, como Testemunhas de Jeová, Budistas, Naturalistas e Naturistas, grande parte de evangélicos. Nos esportes, o fanatismo é muito evidente entre os integrantes de torcidas organizadas, que matam e morrem, brigam e se esfolam, se submetem à prisão. Fanatismo para com artistas, atores e cantores, bandas, enfim. Mas, entre todos, está algo comum: a reclusão em si mesmo. O fanatismo é capaz de prender uma pessoa, de maneira cega e sem fundamentos. Faz de uma pessoa, seu escravo, dia e noite, em casa e fora dela, entre amigos ou só. Um bom exemplo, e muito atual, é o fato de haver pessoas cegas (fanáticas) que optam por dar crédito à quem estas ‘idolatram’, com é o caso de muitos políticos e de muitos artistas e de muitos jogadores e de muitos religiosos, além dos grupos minoritários. Exemplificando: Marta Suplicy é idolatrada, Marco Feliciano é idolatrado, Neymar é idolatrado, o papa é idolatrado e, pior, venerado!!! Até Hitler, fanático, foi e, em alguns nichos, continua sendo ‘idolatrado’. Estas pessoas, (exceto Neymar e o papa), só chegaram onde estão, porque foram convencidos de que deveriam dispensar atenção máxima à elas. Abrindo um parênteses, vejamos o conceito de “Latria”: “adoração, amor excessivo, idolatria”, fecha parênteses. Deve ter havido alguma ‘promessa’, algo que pactue uma ‘troca’, em troca de algo totalmente aquém. Uma compra barata de ‘credibilidade’. O senso de equilíbrio não existe no fanático. Ele extrapola limites e não avalia circunstâncias. Chegam a ser tão incautos que não possuem senso de discernir nem seus problemas pessoais. Ou seja, o fanatismo assume total responsabilidade sobre o descontrole daquele que o porta. Quando associado à idolatria, o quadro  torna-se mais grave. As consequências são inúmeras, mas o fanático não atribui circunstâncias consequentes ao ato fanático que as gerou. Apenas corre ao encontro de ajuda, por simplesmente não ter a mínima noção de “o que fazer”. Lamentável, pois o fanatismo, segundo a definição do Dicionário Houaiss, tem a cegueira como uma característica. Isto pode ser traduzido para a incapacidade de intelectualizar racionalmente o ambiente circunstancial em cada setor da vida do fanático. Ele pode ser conceituado popularmente como um “burro”, ou , mais, corretamente, como "incauto intelectual" ou "incompetente social". Assim, espera-se o quê, de quem não tem nada a oferecer, exceto a burrice para agraciar a sociedade, principalmente, quando são exigidos em períodos eleitorais. Dão um péssimo presente à sociedade, com seus votos, ótimos políticos para serem descartados, no lixo!!!

sexta-feira, 15 de março de 2013

REFLEXÃO DA HISTÓRIA DO PAPADO CATÓLICO

 "Não sabeis como a leitura da Escritura atrapalha a religião católica?"
(Papa Paulo VI, 1605)

Considerando que Deus deixou a Sua Palavra (Bíblia Sagrada - livre dos apócrifos, que foram inseridos na bíblia católica por Paulo III); considerando que cristãos que seguem a Cristo (uns segundo os dogmas católicos, outros segundo a Bíblia, outros não seguem nada, mas apenas se dizem cristãos) seja no catolicismo ou no cristianismo protestante, há de saber que, para Deus, o que vale é o que está dentro da essência da Palavra. Nada aquém, nada além. Para isto, não é necessário ter uma interpretação pessoal, afinal a Teologia é quem nos conduz aos significados contextuais bíblicos, com segurança. Assim, vamos fazer uma pequena análise sobre o papa e algumas afirmações católicas sobre papa e o papado. O substantivo Papa [do lat. papa (papas) ou pappa (pappas), ae, do gr páppas], uma palavra carinhosa para pai) é o Bispo de Roma, e como tal, é o líder mundial da Igreja Católica. O atual pontífice é o Papa Francisco I, eleito no conclave que terminou em 13 de março de 2013. O Papa é eleito por um Colegiado de Cardeais com posto vitalício. O ministério eclesiástico é denominado Papado e sua sede de "Santa Sé". Como líder de uma nação, o papa também é o Chefe de Estado da Cidade do Vaticano, uma cidade-estado soberana enclavada por Roma. O catolicismo romano acredita e prega que Jesus Cristo designou Pedro como "pastor" e "rocha" da Igreja, chefiando-a, e os Papas, como seus sucessores, possuem autoridade para "governar" a Igreja e "a fé" católica, e infalibilidade para ensinar e definir os pontos centrais da doutrina cristã. O papado é uma das instituições mais duradouras do mundo, e teve uma participação proeminente na história da humanidade. Os papas na Antiguidade auxiliaram na propagação do cristianismo e a resolver diversas disputas doutrinárias. Na Idade Média eles desempenharam um papel secular importante na Europa Ocidental, muitas vezes, servindo de árbitros entre os monarcas e evitando diversas guerras na Europa. Atualmente, para além da expansão e doutrina da fé cristã, os Papas se dedicam ao ecumenismo, e diálogo inter-religioso, a trabalhos de caridade e à defesa dos direitos humanos. É inegável a influência político religiosa do papa entre nações. Tanto que este cargo surgiu num 'vácuo' do poder pós Constantino, na Idade Média, passando a ter domínio em grande parte desta éra, sendo abalado então somente com a reforma protestante de Lutero, cujo papa era Leão X, que disse uma frase forte: "Agora que Deus nos deu o papado, vamos desfrutá-lo", ao autorizar a venda de indulgências na Alemanha para concluir as obras da Catedral de São Pedro. O primeiro papa de que se tem registro, parece ter sido Gregório, o Grande, bispo da igreja de Roma no século VI. Entretanto, o Concílio de Nicéia, em 325, passou a reconhecer 3 bispados, como proeminentes: Roma, Alexandria e Antioquia, estes dois últimos, com os mesmos privilégios de Roma. Portanto, já é de se supor que Pedro NÃO foi o primeiro papa, como afirma-se pela dogmacia católica. Isto é possível de se afirmar diante de uma análise bíblica. A Bíblia não reconhece o papado como um cargo divino e cristão e ordenado por Cristo. Martinho Lutero, no Século XVI repensou a doutrina igreja, restruturando-a conforme uma lógica de cunho divino descrita segundo a Bíblia. Os concilios e bispos eram para comandar a igreja e Reis e Governantes, comandam o estado. A Tradição Católica Romana, na afirmação de que Pedro foi o 1º papa, por aproximadamente 25 anos, asseguram doutrinariamente que o súmo pontífice é o representante de Jesus Cristo, Sumo Sacerdote, na terra. Afirmam também que o papa é "a ponte" - ligação entre o homem e Deus, anulando o ministério e morte vicária de Cristo - entre nós e Deus e o vigário (substituto) de Jesus pelo Espírito Santo, assegurando com isto, o argumento de que o papa é chefe visível da igreja, enquanto Cristo é o chefe invisível. Adjacente a isto, some-se a infalibilidade do papa. Interessante, que todas estas figuras papais criam e excluem regras e importantes razões para diversas mitologias anti-bíblicas, como, por exemplo, a fixação de uma data para a Páscoa, pelo bispo Vitor, em 189-198. E, a grande e mais usada "sentença-chavão" de todas, para justificar que Pedro foi pedra, está em Mt. 16.18. Estêvão, bispo, usou esta mensagem para vencer uma disputa com Cipriano de Cártago, para recuperar a superioridade do bispo romano sobre todos os demais. Chegou-se ao absurdo dos absurdos, quando Gelásio I (492-496) defendeu o poder espiritual, representado pelo papa, tinha 'supremacia' sobre o poder secular. Leão V foi um papa assassinado por outro papa, seu sucessor, Sérgio III. Todas estas afirmações são contrárias às Sagradas Escrituras (IPe. 5.4; Jo. 14.6; ITm.2.5; ICo.3.11; Jo.14.16-18; Mt.24.23,24; Ef. 1.20.22; Rm.3.4; Mt.23.9-11; Mt.21.42; At.4.11; 12.1; IPe2.4-6). Segundo pesquisadores, a profecia de São Malaquias, bispo de Armagh no Século XII, de que  a Cátedra de Pedro seria presidida pelo Cardeal Simoncelli de Orvieto, segundo o dístico  "De antiquitate urbis". A evidência desta falsa profecia - que era 'indicada pelo Espírito Santo' - se consolidou com a eleição de papa do Cardeal Sfondrate, se tornou sem efeito e sem crédito. Cabe a cada um, segundo o que crê, aceitar ou não as condições propostas nesta reflexão. O que se pode afirmar com certeza é que o Papa não é um 'cargo' bíblico instituído por Deus, Jesus Cristo e nenhum outro dos Apóstolos até Paulo, que foi o último dos apóstolos de Cristo. Assim, hoje, os católicos se tornaram fanáticos mais pela igreja e figuras como a de um papa, do que pela razão mais essencial, que é Cristo e a salvação, que se dá mediante o conhecimento da Palavra, ainda conflitam com os protestantes, que são fincados na Palavra que condena as práticas anti-bíblicas, as quais, além de muitas linhas hereges no meio evangélico, dentro do cristianismo em geral, os católicos se inserem em muitos pontos. O atual papa, Francisco, eleito recentemente em 13-03-2013 no conclave, tem algumas particularidades: uma delas é o 'não cumprimento' de alguns rituais cotidianos, como roupas, sapatos e mais 13 pontos citados no jornal The Guardian de 13-03-13: Ele gosta de viajar de ônibus; vive há mais de 50 anos com um pulmão em funcionamento devido, quando jovem, ter removido o outro por conta de infecção; é filho de um trabalhador ferroviário italiano e de uma dona de casa; estudou e estagiou como um químico; é o primeiro papa não europeu da era moderna; afirma que a adoção por homossexuais é uma forma de discriminação contra as crianças, mas acredita que o preservativo "pode ​​ser permitido" para prevenir doenças; 2001, ele lavou e beijou os pés de pacientes com AIDS em um hospício; fala italiano fluente, assim como espanhol e alemão; Até agora, ele vive em um pequeno apartamento, evitando a residência de um bispo formal; disse aos argentinos que não viajem à Roma para celebrar sua posse, mas para dar o seu dinheiro aos pobres; é acreditado para ter sido o runner up-in (vice papa, ou ter ficado em segundo lugar) no último conclave papal em 2005, quando foi eleito Joseph Ratzinger, o agora Papa Emérito Bento XVI; Ele co-escreveu um livro, em espanhol, chamado "Sobre el Cielo y la Tierra" (No Céu e da Terra); Apesar de conservador em doutrina da igreja, ele criticou sacerdotes que se recusam a batizar bebês nascidos de mães solteiras        

Referências:
Teologia Sistemática - A Doutrina da Igreja;
Paulo Romeiro - O Papado - 15-03-2013 - Encontro Apologético
The Guardian - acessado em 16-03-2013 - http://www.guardian.co.uk/world/2013/mar/13/new-pope-thirteen-key-facts  


Dr. Dermeval Reis Junior
Estudioso em Teologia/Filosofia
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